quinta-feira, 8 de março de 2012

A Magia do Shortinho


Há muito tempo atrás, estava com alguns colegas de curso no famigerado hall de nosso prédio de faculdade quando percebi uma determinada peculiaridade no que dizia respeito às vestimentas das mocinhas que desfilavam. Muito falamos a respeito dele naquele momento, mas somente ao retornar à minha cidade natal - em que faz absurdamente muito sol e calor -, pude confirmar a existência desse fenômeno: A magia do shortinho.

Trata-se de um fênomeno de ordem social que pode ser observado em quase toda extensão nacional. O shortinho consegue direcionar até a robustez e tosquice do jeans à leveza singela das formas de verão. Apesar das contínuas investidas dos estilistas gays contra a classe masculina hétero - usando armas como a calça saruel -, o shortinho ainda desponta com sua simplicidade e impacto social. Importante ressaltar inclusive que os ditadores da moda fizeram um esforço colossal para tentar parar o charme e alegria que o shortinho traz, ao colocarem os bolsos saindo para fora. Nem preciso dizer que foi uma tentativa estúpida e vã, que muitas mulheres rejeitaram e outras por fim perceberam que aquilo não é esteticamente apreciado nem por um pedreiro estereotipado.

O shortinho - se usado adequadamente - é aceito em diversas situações sem o menor problema, pega-se o seguinte exemplo: Um casal de namorados combinam de ir ao cinema à tarde. Se o homem aparece no local trajando uma bermuda ou um short, a mulher por muitas vezes pode achar aquilo desagradável, podendo significar pra ela que ele não se esforçou ou não dá a devida importância àquele encontro. Por outro lado, se a mulher aparece no local trajando um shortinho jeans bem colocado, isso é apenas motivo de regozijação para o sortudo namorado.

Além dessas habilidades de adequação social e de transmutação conceitual de tecido(o jeans tornando-se leve), o shortinho traz seu grande trunfo: A vasta gama de tipos físicos que se valorizam e se embelezam trajando um shortinho. Não importa se a pequena é um pouco mais corpulenta de pernas com grande presença -como muito apreciado por vários brasileiros - ou se é um tanto quanto magrinha; Não importa se é uma Ana Hickman em categoria vertical ou se é uma moçoila que precisa de assistência pra usar um caixa eletrônico; Importa tampouco se a pele é da cor do pecado, de um talento black ou de um talento branco com uvas-passas.

O shortinho é para (quase) todas, e apreciado por tantos. Essa é a magia do shortinho.
A magia democrática, que subjuga qualquer modinha estranha e bizarra que vem atentar contra a boa estética e liberdade em tempos de verão.

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