quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Como criar uma Democracia

Para começar devo dizer que isso é uma opinião minha, não to aqui pra discutir, foi apenas uma reflexão que tive.





1º Passo: Junta um tanto de gente com completa desigualdade de instrução, sendo maior parte sem quase nenhuma.
Qual a lógica disso: Exploração

2º Passo: Tenha vários candidatos a cargos importantes para a sociedade, em que esses serão escolhidos por grupos que disputam poder.
Qual a lógica disso: Não importa os grupos, ou se são todos os grupos de uma mesma galera, o que importa é ter gente pra ser candidato.
Se eu te disser "Escolha um número" e te mostrar as opções 1, 2, 3, 4 e 5, você provavelmente irá escolher um desses.
(Um grande "salve" ao meu irmão,  George, que me ensinou essa)

3º Passo*: (Passo importante) Obriga todo mundo a votar
Qual a lógica disso: Se parte dessa galera não participar, elas não terão vergonha em criar revoltas. (Vide "Resultados Desejados")


4º Passo: Faça propagandas giganormes falando o quanto o voto é importante e que votar nulo ou branco é feio.
Qual a lógica disso: As pessoas precisam escolher um candidato de qualquer jeito ou essa democracia não vai funcionar.


Resultados Desejados:

Os candidatos serão escolhido pelos eleitores, através do voto. Os escolhidos gastarão dinheiro público pra caralho, deixarão tudo mais caro, resolverão quase nada e os eleitores não terão a menor idéia do que está acontecendo.
Se algo der errado lembre-se que a culpa é do povo que escolheu o candidato.


PS: Imagem meramente ilustrativa

sábado, 2 de junho de 2012

Lady Sings The Blues

Lady Sings The Blues* - HQ produzida com o roteiro de Harrison Rocha e nanquim de Fabiano Alvez. (Para ler, clique com o botão direito na imagem e em "abrir em nova aba").


*Título inspirado em canção homônima, da cantora americana Billie Holliday.

quarta-feira, 28 de março de 2012

A Rede Anti-Social


Uma brincadeira um tanto óbvia, mas que muitos caíram: Mark Zuckerberg teria dito que os brasileiros estragaram o Facebook, e que a equipe de desenvolvimento estava até cogitando a possibilidade de permitir o compartilhamento de arquivos .gif, mas que isso seria vetado justamente em função dos brasileiros que encheriam a rede com letrinhas coloridas e coisas do gênero.

Além da ausência total de fonte, uma imagem deslocada antiga e da ingenuidade necessária pra alguém acreditar numa “máteria” dessas que foi (e provavelmente ainda é) compartilhada por muitos no próprio Facebook, escapa um fato óbvio: Não teria como o Zuckerberg sequer saber do que acontece nas timelines dos brasileiros, a não ser que ele fizesse uma busca específica pra isso.

Eu explico.
Ao contrário do Orkut, que tinha como principal ferramenta o recurso das Comunidades e Fóruns, o Facebook se centraliza nas publicações de seus amigos e como você interage com elas. Dessa forma, você só vê e fica sabendo o que seus amigos publicam. No Orkut, se houvesse qualquer interesse ou dúvida a respeito de um assunto, bastava procurar uma comunidade a respeito ou até mesmo um tópico em especial sobre tal assunto. No Facebook é bem diferente. Se você rodar uma busca a respeito de qualquer assunto, o máximo que encontrará serão páginas vazias de produtos ou serviços específicos, sem qualquer debate ou aspecto colaborativo real dos usuários.

Nem tente me dizer dos Grupos. A total falta de organização (como se dava no Orkut por tópicos como um fórum) e dificuldade intuitiva em achar um determinado assunto torna uma verdadeira epopeia essa busca.
A questão essencial é que, enquanto no Orkut você conhecia pessoas novas, no Facebook você só entra em contato com quem já conhece na vida aqui fora. Não existe mais aquele cenário em que você se interessava ou debatia com ideias de pessoas que sequer conhecia, ou que até mesmo passava a conhecer após descobrir interesses em comuns e trocar mensagens. O Facebook é vários clubinhos fechados, cada usuário é seu clubinho que só lê, vê e interage com aqueles que já conhece. Quantas pessoas você conheceu de fato no Facebook?

A notícia boa é que, sendo assim, é impossível o brasileiro ou quem quer que seja estragar o facebook. O máximo que pode acontecer é o que já acontece, a gente estragar nossas próprias timelines, e não pense que o Zuckerberg ou algum maluco da Finlândia está vendo ou sequer sabendo das coisas imbecis e tirinhas molóides que aparecem em sua timeline. Ele não tem amigos retardados como você.

sexta-feira, 9 de março de 2012

The Radio Dept.

Uma das bandas que mais recomendei nos últimos meses e sem dúvidas a que mais ouvi em 2011 são os suecos do The Radio Dept. O que pode parecer numa primeira impressão um som totalmente introspectivo e repetitivo revela-se ao longo de seus três álbuns de estúdio como uma sonoridade marcante e original, que vai do orgânico ao mais sintético sem perder a substância e a diversidade. Ouvindo os três álbuns em sequência é possível perceber uma grande evolução não só na qualidade das composições como também na forma como assimilam influências, sendo o Clinging To A Scheme (2008) o disco onde a sonoridade é mais diversa e encorpada. É, pois, um nome até representativo do estilo denominado dreampop, pela beleza das melodias e viagem perceptiva que o som proporciona.
Criada em 1995 por colegas de escola, a banda foi batizada a partir do nome de um posto de gasolina que mais tarde se tornou uma oficina de rádio "Radioavdelningen" (The Radio Department). A partir daí, com algumas mudanças de formação, o grupo sueco atravessa gêneros como o eletrônico e o pós-punk, tendo como principais influências nomes como Pet Shop Boys, Joy Division, Kraftwerk e Saint Etienne. O que se houve é uma mistura de shoegazer, nas guitarras distorcidas e vocais suaves ou até mesmo na performance tímida dos integrantes da banda, com o pop indie, também conhecido como twee pop, de onde surge a presença constante de sintetizadores e teclados oitentistas. Uma combinação interessante com grande potencial de amadurecimento, ao mesmo tempo que um passeio noturno por uma estrada em alta velocidade e com luzes desfocadas ao fundo.


quinta-feira, 8 de março de 2012

A Magia do Shortinho


Há muito tempo atrás, estava com alguns colegas de curso no famigerado hall de nosso prédio de faculdade quando percebi uma determinada peculiaridade no que dizia respeito às vestimentas das mocinhas que desfilavam. Muito falamos a respeito dele naquele momento, mas somente ao retornar à minha cidade natal - em que faz absurdamente muito sol e calor -, pude confirmar a existência desse fenômeno: A magia do shortinho.

Trata-se de um fênomeno de ordem social que pode ser observado em quase toda extensão nacional. O shortinho consegue direcionar até a robustez e tosquice do jeans à leveza singela das formas de verão. Apesar das contínuas investidas dos estilistas gays contra a classe masculina hétero - usando armas como a calça saruel -, o shortinho ainda desponta com sua simplicidade e impacto social. Importante ressaltar inclusive que os ditadores da moda fizeram um esforço colossal para tentar parar o charme e alegria que o shortinho traz, ao colocarem os bolsos saindo para fora. Nem preciso dizer que foi uma tentativa estúpida e vã, que muitas mulheres rejeitaram e outras por fim perceberam que aquilo não é esteticamente apreciado nem por um pedreiro estereotipado.

O shortinho - se usado adequadamente - é aceito em diversas situações sem o menor problema, pega-se o seguinte exemplo: Um casal de namorados combinam de ir ao cinema à tarde. Se o homem aparece no local trajando uma bermuda ou um short, a mulher por muitas vezes pode achar aquilo desagradável, podendo significar pra ela que ele não se esforçou ou não dá a devida importância àquele encontro. Por outro lado, se a mulher aparece no local trajando um shortinho jeans bem colocado, isso é apenas motivo de regozijação para o sortudo namorado.

Além dessas habilidades de adequação social e de transmutação conceitual de tecido(o jeans tornando-se leve), o shortinho traz seu grande trunfo: A vasta gama de tipos físicos que se valorizam e se embelezam trajando um shortinho. Não importa se a pequena é um pouco mais corpulenta de pernas com grande presença -como muito apreciado por vários brasileiros - ou se é um tanto quanto magrinha; Não importa se é uma Ana Hickman em categoria vertical ou se é uma moçoila que precisa de assistência pra usar um caixa eletrônico; Importa tampouco se a pele é da cor do pecado, de um talento black ou de um talento branco com uvas-passas.

O shortinho é para (quase) todas, e apreciado por tantos. Essa é a magia do shortinho.
A magia democrática, que subjuga qualquer modinha estranha e bizarra que vem atentar contra a boa estética e liberdade em tempos de verão.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Wes Anderson



Ultimamente, sempre que alguém me pede indicação de filmes ou diretor, minha resposta tem sido quase automática: Wes Anderson.
Muito dessa resposta categórica vem do fato de há pouco tempo eu ter finalmente assistido toda sua filmografia(como diretor) e ter confirmado a suspeita que existe um estilo peculiar e uma identidade muito forte inerente a todos seus filmes. Não entrarei em demagogias mas parece-me cada vez mais raro encontrar em um diretor o meio termo entre as produções hollywoodianas adequadas à indústria da cultura e ao ostracismo e obscurantismo do cinema indie. Wes Anderson está ali, bem no meio.
Difícil acreditar que, com elenco como: Bill Murray, Owen Wilson(presente em todos filmes), Luke Wilson e Adrien Brody(que ultimamente despontou de vez até para "filmes de ação"), e com grande distribuições, se encontre um filme de visão particular, desvinculado aos moldes do mass media.
Não se trata de um filme em especial, visto que o diretor gosta muito de trabalhar com os mesmos atores em vários projetos. Parcerias são presentes também na escrita: Owen Wilson escreveu com Anderson seus três primeiros filmes (Bottle Rocket, Rushmore e The Royal Tenembaums), Noah Baumbach participou da mesma forma em The Life Aquatic with Steve Zissou e Fantastic Mr. Fox, além de Anderson ter produzido The Squid And The Whale de Baumbach.
Seus filmes trazem uma perspectiva quase sempre plana da vida e complicações humanas, ao passo de que são inundados de humor(sutil), belas fotografias e roteiros pouco convencionais em sua estrutura.
Para um espectador desavisado, seria fácil confundir a planificação intencional de seus personagens com más atuações, sua aparente leviandade ao tratar drama de forma tão humorada e humor de forma tão dramática com uma falta de definição. Wes Anderson traz uma proposta quase ingênua e de certa forma acurada a respeito da liberdade autoral em fazer cinema "grande" e da vida.
É quase de um amadorismo profissional. Muito bem acertado e intencional, em seus mínimos detalhes.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Daytripper


Brás de Oliva Domingos, filho de um famoso escritor brasileiro, escreve obituários para um jornal e tem como sonho ter sucesso como escritor. A cada capítulo Brás vai tomar uma decisão que vai mudar a sua vida para sempre.
Não é surpresa a obra maravilhar vários países pelo mundo. A ótima caracterização de um cenário brasileiro real, além de cachaça, carnaval e bundas, não tirou que qualquer ser humano pode se identificar com o personagem, cada referência, traço ou cor se volta para fazer você se identificar com Brás, suas questões e descobertas.
Daytripper foi originalmente publicada nos Estados Unidos em uma minissérie de 10 capítulos, pelo selo Vertigo da DC Comics, foi escrita e desenhada pelos gêmeos brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá. A dupla ficou famosa principalmente pelos vários prêmios recebidos, incluindo o Eisner Awards, considerado o Oscar dos quadrinhos, e são dois grandes nomes dos quadrinhos nacionais, talvez os maiores na atualidade. Aqui no Brasil foi publicada pela Panini Comics.

Espero que leiam e tenham a mesma vontade que eu tive de pedir todo mundo para ler, deixem nos comentários suas sensações e experiências com a obra.